domingo, agosto 29, 2010

Signo e Inferno Astral


Signo, inferno astral eu nunca fui muito de acreditar nessas coisas. Um pouco todo mundo acredita. Todo mundo tem um pouquinho do que o signo descreve. Mas dai a achar que isso afeta minha vida de maneira irremediável, para mim já é demais.

Tenho sim coisas tipicamente virginianas. Sou chata e metódica como toda virginiana é. Sou organizada, ao ponto do TOC, com algumas coisas como só virginianos podem ser. Cobro muito de mim e dos outros e adoro pessoas racionais e intelectuais. Penso demais e rápido.

Mas isso não é tudo que tenho e não é tudo que sou. Meu quarto é uma zona na maioria dos dias. Eu choro até em filme B. Consigo me condoer com as dores alheias, as vezes mais do que com as minhas. Acho que todo ser humano, do mais simples ao mais nobre, merece meu amor, carinho e respeito. Não consigo organizar meus pensamentos a não ser que me esforce muito para tanto.

Sou virginiana sim. Gosto de ser. Mas sou muito mais. Sou multifacetada como qualquer pessoa é. Tenho um pouco de cada uma das pessoas que conheci e que me ensinaram coisas boas. Tenho um pouco de cada uma das pessoas que me amam e que eu amo. Afinal elas são partes de mim e eu delas. Dessa forma tenho um pouco de cada um dos signos.

Mas nessa época do ano, quando meu aniversário está chegando eu sempre passo a acreditar um pouco mais. É que, para mim, o dito inferno astral é inevitável. O meu problema não é o fazer aniversário, eu adoro o dia do meu aniversário, sempre fico feliz, sempre quero mais.

O problema está justamente ai, se eu gosto tanto de fazer aniversário - e eu gosto - por que eu fico tão mal humorada e sensível nos dias que antecedem o dia? Não sei explicar. Sei que fico. Sempre fiquei. Pode ser um medo de crescer - que eu tenho, sei que tenho e admito ter. Pode ser o medo dos planos não darem certo - porque eles nem sempre dão e eu planejo muito minhas festas. Pode ser a constatação que mais um ano passou e eu não fiz nem metade do que queria, do que podia, do que as pessoas esperavam de mim, do que eu esperava de mim. Pode ser uma mistura de todas essas coisas.

Honestamente, eu não sei o motivo de ficar assim, mas se tem uma coisa que me acalma é saber que o período dura apenas uns 15 dias e ele passa rápido e sem conseqüências. E dai eu tenho o dia do meu aniversário para ficar feliz e comemorar e agradecer por mais um ano de vida, cheio de dores e tristezas, mas muito mais cheio de alegrias e prazeres.

sábado, agosto 21, 2010

Brigas Nunca Mais

Tem uma música do Tom Jobim que tem esse nome. Brigas Nunca Mais. Ela é linda. Letra e música. Como são a maioria das músicas do grande maestro. Mas hoje eu fiquei pensando nela.

Lá em seus últimos versos ela diz:

E o nosso amor mostrou que veio pra ficar
Mais uma vez por toda a vida
Bom é mesmo amar em paz
Brigas nunca mais

Como seria bom se isso fosse possível. Como seria bom poder ter amor de filme e música, daqueles que quando tem tristezas a gente sabe que no final fica tudo certo. Na vida não é assim. Na vida a gente briga, fica triste, chora. Mas é bom quando passa.

Mas melhor que ter amor de música e filme é ter um amor de verdade. Melhor é descobrir que você tem alguém com o qual você briga, pelo qual você chora, mas mesmo assim vale a pena. Mesmo assim você quer ele ao seu lado. Mesmo quando está brava.

Bom é ter aquela pessoa que te faz querer ser melhor todos os dias, para ser melhor para ele e para você. Bom é ter alguém cujo abraço te acalma, o sorriso te faz sorrir e a companhia é a melhor do mundo.

Aquele alguém que tem dias que você quer matar, mas basta um pedido de desculpas que tudo está certo outra vez. Bom mesmo é ter alguém com o qual você possa ter silêncios confortáveis e conversas sobre tudo.

Eu tenho esse alguém E ele me faz sorrir, chorar, brigar, mas mais que qualquer coisa, ele faz de mim uma pessoa melhor e faz com que eu queira melhorar a cada dia para ele.

Seria ótimo se os versos da musica se aplicassem e pudessem não existir mais brigas. Mas isso não é possível e, no final das contas não há nada como fazer as pazes.

Brigas nunca mais não dá para garantir. Mas meu amor, por muito tempo, isso sim eu posso prometer.

O Mágico de Oz


Tem aqueles filmes que marcam nossas vidas. Quando me perguntam qual é o meu filme preferido eu sempre dou uma lista que vai d'O Sétimo Selo, até Sobre Meninos e Lobos - ai Deus, preciso começar a gostar de filmes mais animadores. Mas volta e meia eu esqueço aquele que é o preferido entre os preferidos. Não sei o motivo, mas volta e meia eu esqueço da existência do filme maluco, metade em preto-e-branco, metade em cores que me conquistou quando eu era criança.

Lembro de ser criança e ficar encantada com a história, as cores, as musicas, as personagens. Era tudo tão lindo, tão perfeito, tão mágico. Lembro de desejar poder ir para o mundo de Oz e poder conhecer o homem-de-lata. Sabe Deus porque, mas ele sempre foi meu personagem preferido. Acho que era porque ele queria um coração e eu sempre achei isso tão bonito e singelo.

Depois mais tarde, lá na fase pentelha da adolescência, eu, claro, tive que verificar a suposta sincronia entre o filme e o álbum Dark Side of the Moon do Pink Floyd. E fiquei encantada por ela realmente existir. Claro, não me fez gostar mais de Pink Floyd, mas me fez amar ainda mais o filme.

Fiquei anos sem ver. Anos mesmo. Acho que chegou uma época em que eu nem lembrava dele. Até encontrar o DVD, uns 3 anos atrás, e viciar novamente. Assisti dias seguidos. Colocava só para ouvir as músicas, deixava rodando enquanto fazia outras coisas. 

Parei de assistir por um tempo, até que ontem uma personagem de uma série falou uma frase do filme e eu tive que assistir novamente. Sabe de uma coisa? Continua maravilhoso. a história, as cores, as músicas, as personagens. Continua me fazendo sorrir. Continua sendo o preferido entre os preferidos. E eu continuo querendo poder visitar o mundo de Oz só uma vez, só para dar uma espiadinha. Me apaixonei pelo Totó, pelo Espantalho e pelo Leão. Mas o Homem-de-Lata continua sendo o preferido.Ele, e claro, os sapatinhos de rubi da Dorothy... 

Talvez isso seja um sinal que eu não tenha crescido. Que bom. Torço para que todo mundo tenha um ladinho dentro de si que não cresça e que ainda possa se encantar com o filme preferido da infância.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Irmãos.

Hoje enquanto o Bru arrumava a zona aqui do Blog eu fiquei ouvindo Beatles e me deu uma saudades, um aperto, uma felicidade, uma melancolia. Tudo isso misturado. Tudo ao mesmo tempo. Tudo por conta do pensamento ter se voltado para duas pessoas.

A maioria das pessoas responde que as pessoas mais importantes de suas vidas são seus pais, seus maridos, esposas, namorados, namoradas... Para mim, as pessoas mais importantes são meus irmãos. São eles os únicos capazes de me fazer ter toda a gama de sentimentos

Minha Coisa e Meu Ser, como são carinhosamente chamados.

Meus melhores amigos, mesmo não sendo muito presentes.

Meus exemplos, mesmo quando fazem besteira.

Meus pontos de equilíbrio, mesmo quando tudo parece que vai desmoronar.

Meus sorrisos, mesmo que sejam os únicos que conseguem fazer eu chorar de raiva.

Meus amores, mesmo que eu nunca diga isso para eles.

Eles são aquelas duas pessoas, que sempre, independente de morarem aqui, em São Paulo ou em Itaqui, que eu sei que posso ligar, posso rir, posso chorar, posso brigar, posso errar, posso sumir, que eles vão estar lá, firmes, fortes e junto comigo.

Quando o mundo parece frio demais, quando eu acho que eu não vou dar conta de aguentar o aperto no peito, quando eu me sinto completamente só, eu penso neles e as coisas parecem se acertar. Penso nas besteiras de um e na seriedade do outro. Penso no abraço de um e nas ligações do outro. Penso nas cartas de um e no olhar do outro. Penso na gargalhada de um e no sorriso do outro.

Quando as coisas realmente não estão boas eu fecho os olhos e lembro dos banhos de chuva, das brincadeiras com o he-man, dos banhos de banheira e de uma cena na casa do meu pai que enquanto um tocava violão o outro junto de meu pai cantava Back In The U.S.S.R. e de ver aquilo meu coração parecia que não ia caber no peito de alegria e amor.

Porque se tudo der errado, porque se eu não tiver ninguém... Eu tenho Minha Coisa e Meu Ser. Meus melhores amigos, meus exemplos, meus amores...

terça-feira, agosto 17, 2010

Frio...

A maioria das pessoas não gosta de frio...
A maioria das pessoas reclama do frio...
Para mim, a maioria das pessoas está errada.

O frio sempre me fez bem. Sempre me fez pensar em coisas felizes. Sempre me fez ver as cores mais bonitas, mesmo nos dias nublados. Sempre fez com que eu me sentisse viva.

No frio as pessoas têm que se aproximar. No frio as pessoas sorriem menos, mas abraçam mais. Sei que um sorriso pode ser lindo, mas há algo no abraço que me encanta... No frio nos percebemos mais as necessidades alheias, percebemos mais o frio dos outros... No frio, eu nunca me sinto só. Tudo isso me faz amar o frio.. Mas... 

Mas... Sabe aquele momento em que você sai na rua em um dia muito frio inteiro coberto por milhões de roupas e o vento atinge seu rosto? Para mim, poucas coisas fazem com que eu me sinta mais viva. Aquele vento que dói, corta, arde... Aquele vento faz com que eu sinta que faço parte de algo maior.

Calma, calma... Não vou justo na minha primeira postagem falar de Deus e credo, falo de natureza, mundo...

Aquele Vento faz com que eu sinta que sou parte pequena de um mundo grande. Sou parte de bichos, de terra, de árvores, de flores, de gentes, de ventos...

Acho que, no final das contas, foi esse vento que me fez amar tanto o frio. O vento que toda vez que atinge meu rosto faz com que eu sorria, pois eu não estou sozinha, eu faço parte dos ventos...